Alimentação
Gato recém-nascido: Como cuidar e alimentar? Posso dar leite ou papinha?

Você acabou de encontrar um gato recém-nascido abandonado na rua? Sua gatinha acabou de parir lindos gatinhos mas não está conseguindo cuidar de todos ou rejeitou alguns? É a primeira vez que vai cuidar de filhotes?
Pois bem, muitos de nós já passamos por esse momento. Felizmente, excelentes histórias e aprendizados se repetem dia após dia. Assim, neste post, vamos falar um pouco sobre os desafios desse momento e como superar cada dificuldade com muito mais tranquilidade.
Dedique-se a esse gatinho que está com você no dia de hoje, ele será eternamente grato!!!
Então, o que é um gato recém-nascido e em quanto tempo o meu gatinho terá autonomia?
Assim como nós humanos, e outras diversas espécies, os gatos são totalmente dependentes de seus pais durante as primeiras semanas de vida.
O período que pode ser considerado mais crítico é o da 1ª até a 4ª semana de vida do animal. Aliás, neste período, o gatinho recém-nascido ainda é totalmente dependente do leite materno, possui pouca ou nenhuma habilidade motora e o sistema imunológico ainda está em desenvolvimento.

No entanto, até que o gatinho esteja totalmente desmamado, o que ocorre entre a 6ª e a 8ª semana de vida, alguns cuidados diários, que trataremos aqui, devem ser mantidos.
Portanto, saiba que o cuidador deverá substituir as funções desempenhadas pela mãe do gatinho, seja garantindo a nutrição correta, o conforto térmico, a eliminação da urina e das fezes ou a estimulação social, durante esse período dos 2 primeiros meses.
A principal questão: Como alimentar o meu gato recém-nascido?
Diversas abordagens podem ser utilizadas para alimentar adequadamente o gato recém-nascido nessas primeiras semanas.
O filhote pode não se alimentar bem por diversos motivos, por exemplo: rejeição materna, má nutrição da gata, filhotes menores podem ser excluídos pelos irmãos mais fortes, ausência da mãe, entre outros.
Seja qual for a causa, as duas principais maneiras de alimentar o gato são: uso de formulações prontas específicas para animais ou utilização de receitas/papinhas caseiras.
Vamos ver os benefícios de cada uma!!!
Uso de fórmulas prontas para gato recém-nascido.
Existem diversas marcas no mercado e não será difícil encontrar em seu petshop de referência ou mesmo comprar pela internet.
As vantagens de oferecer esse tipo de leite é que o produto é formulado especificamente para o seu animal de estimação. Assim, todos os nutrientes necessários para essa fase da vida do bichinho estarão presentes e corretamente balanceados.
Outra vantagem é a praticidade no preparo e fornecimento do alimento para o gatinho, visto que as fórmulas são vendidas como leite em pó.
Ademais, o período de validade dos produtos é longo e o tutor não possui o risco de o alimento estar estragado por ter sido feito uma grande quantidade há alguns dias, como ocorre nas preparações caseiras.

Uso de papinhas caseiras.
Nos casos em que não há possibilidade de o cuidador fazer o uso das formulações prontas, é possível fornecer um substituto caseiro.
Entretanto, fica o alerta de que o uso de leite de vaca pode trazer vários problemas ao animal recém-nascido, como por exemplo: diarreias e desnutrição do gatinho.
Portanto, tanto a formulação quanto a administração das papinhas caseiras devem ser feitas com muito critério e com orientação de um médico veterinário. O tutor deve redobrar os cuidados e a observação do desenvolvimento do filhote a fim de garantir que a preparação está sendo feita de forma adequada.
Quer saber quais as receitas caseiras você pode utilizar? Clique aqui e acesse esse outro post só de papinhas.
Aliás, posso utilizar mamadeira para dar o leite ou papinha?
Sim, existem mamadeiras especificamente desenvolvidas para os filhotes. Contudo, algumas marcas não vêm com o furo no bico, o qual deve ser feito pelo tutor.
O furo pode ser feito com uma agulha ou outro material perfurante, porém não é aconselhável cortar com tesoura o bico pois o buraco feito pode ficar muito grande e sem possibilidade de correção.
Para avaliar se o furo está correto faça o seguinte teste:
- Vire a mamadeira de cabeça para baixo, se você precisar fazer uma leve pressão para que o leite saia significa que o tamanho do furo está correto.
- Se ao virar a mamadeira o líquido estiver saindo sozinho significa que o furo ficou um pouco grande. Neste caso, faça um furo menor em outro bico e guarde o primeiro para quando o animal ficar maior.
Nos casos em que não seja possível a utilização de mamadeiras, o cuidador pode fornecer o alimento aos gatinhos com seringas.
Esse é um procedimento que deve ser realizado com muito cuidado já que não devemos forçar o alimento ao gato recém-nascido, mas sim deixar ele se alimente livremente.
Então, como dar o leite ou papinha para o meu gato recém-nascido? E qual a quantidade certa?

Quando os gatinhos estão fortes e com bom reflexo de sucção, eles devem ser colocados no colo com a barriga para baixo.
Porque essa posição simula a mesma posição que os animais teriam ao se alimentar diretamente na mãe.
Os animais devem receber alimentação, no mínimo, de 2 em 2 horas, e a quantidade deve ser gradativamente aumentada conforme o gatinho se desenvolva.
Um bom parâmetro da quantidade de leite a ser oferecida por vez é o de 4 a 5ml para cada 100g de peso do gatinho.
Idade | Peso Médio | Quantidade de leite |
---|---|---|
ao nascer | 110 gramas | 5 ml |
1ª semana | 160 gramas | 7 ml |
2ª semana | 230 gramas | 12 ml |
3ª semana | 300 gramas | 15 ml |
4ª semana | 370 gramas | 18 ml |
Então, como fazer a transição do leite para a ração?
Os gatinhos devem ser estimulados a iniciar a ingestão de ração a partir da 3ª ou 4ª semana de vida. Eles podem ser ensinados a começar a transição da mamadeira/seringa para um potinho ou pires raso. Em seguida, devem ser ensinados a fazer a transição do leite para ração.
Nessa fase, o gatinho ainda se alimentará quase que exclusivamente do leite formulado, mas já é um momento interessante para receber os novos estímulos.
A introdução do substituto do leite deve ser feita gradualmente, semana a semana. Sugestão para a transição:
Semanas de vida | O que fazer? | Fornecer |
---|---|---|
3ª a 4ª | Misturar a ração e a fórmula de leite fazendo uma papinha | 6 vezes ao dia |
5ª a 6ª | Misturar a ração com uma pequena quantidade de comida enlatada par filhotes. | 6 vezes ao dia |
7ª a 8ª | Reduzir a quantidade de ração enlatada gradativamente. | Reduzir o fornecimento até chegar a 3 vezes ao dia |
Aliás, esse são outros cuidados importantes – aquecimento e higiene dos gatos recém-nascidos.
Aquecimento:
Nas primeiras semanas de vida, o gato recém-nascido não possui a capacidade de regular a sua temperatura corporal, ou seja, sua temperatura varia de acordo com a temperatura ambiente.
Em condições normais, a mãe é responsável por aquecer os gatinhos, por meio do contato pele a pele.
Para ajudar a manter a correta temperatura dos animais pode ser utilizada uma caixa de papelão forradas com folhas de jornais picados. Entretanto, quando os dias estiverem mais frios é importante auxiliar na manutenção da temperatura com garrafas pet cheias de água morna ou colocar uma lâmpada incandescente para ajudar no aquecimento.
Higiene diária e estímulo da defecação.
Naturalmente, após a alimentação (amamentação) dos filhotes, a mãe lambe a região perianal dos gatinhos para estimular a defecação. Isso porque até a 3ª semana de vida, os recém-nascidos não urinam e nem defecam espontaneamente. Em virtude disso, é importante realizar 2 a 3 vezes por dia esse estímulo.
Pois bem, mas como fazer esse estímulo?
O tutor pode utilizar algodão, gaze ou pano úmido com água morna ou utilizar óleo mineral para realizar essa tarefa. O estímulo consiste em passar levemente o algodão na região perianal e urinária do animal.
Quando os filhotes estiverem com 4 semanas de vida já poderão ser ensinados a fazer xixi e cocô na caixinha de areia.
Enfim, tenha certeza que esse período com pouca autonomia do gato recém-nascido irá passar e certamente o bichinho será eternamente grato pelos cuidados e retribuirá com muito carinho e alegria para você durante toda a vida!!!

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Referência Bibliográfica:
LITTLE, S. E. O Gato: Medicina Interna. 1. ed. Rio de Janeiro: Roca. 2016, p. 1764-1773.
CHANDLER E. A.; GASKELL C. J.; GASKELL R. M. Clínica e terapêutica em felinos.3ª ed. São Paulo: ROCA, 2006. p. 296-301.
Domingos, T.C.S.; Rocha, A. A.; Cunha, I. C. N; Cuidados básicos com a gestante e o neonato canino e felino: revisão de literatura. JBCA – Jornal Brasileiro de Ciência Animal 2008 v.1, n.2 , p. 94-120
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